quinta-feira, 26 de março de 2015

A ficção científica e o futuro

A ficção científica descreve o futuro não no sentido de fazer adivinhações, entenda o porquê.




A ficção científica e o futuro




Quando ouvimos falar de ficção científica o primeiro que normalmente ocorre é se pensar em algo que acontecerá no futuro.

É inegável que a maioria das histórias de FC são ambientadas no futuro, e a técnica mais comum é a da extrapolação científica de determinados processos atuais. Por exemplo, extrapolando a ideia dos carros com a dos aviões pode-se facilmente imaginar um futuro com carros voadores. Extrapolações com a medicina pode levar a um futuro onde as pessoas seriam quase imortais. Todas as atividades humanas são passíveis dessas predições augurais do futuro, entretanto isso não é ficção científica, mesmo que no início do gênero tenha sido bastante utilizadas essas descrições das “maravilhas do futuro”, hoje a FC já não pretende mais adivinhar o futuro, nem mesmo antecipar um estado da humanidade no sentido mais restrito, mas sim, especular sobre o que poderia acontecer se ocorrerem determinadas condições.

Assim que a característica principal da FC não reside na ambientação futurista, mas no seu caráter especulativo a partir da nossa realidade e das suas possibilidades implícitas.

Desta forma, coexistem os diversos subgêneros da FC que não descrevem o futuro, especialmente a Fantasia com suas histórias ocorridas num passado hipotético e mitológico. Também histórias como ‘A Guerra do Fogo’ de J.-H. Rosny Ainé, narrando um acontecimento entre os grupos humanos anteriores ao uso da linguagem padronizada, é pura ficção científica.

Outra forma de extrapolação histórica é com a Idade Média, de onde há muitos exemplos de uma espécie de futurismo-feudal, um claro retorno dos mitos medievais em um futuro distante. A novela mais emblemática desta situação é ‘Um Canto para Leibowitz’ de Walter Miller Jr., com a história pós-atômica da instituição de um neo-obscurantismo monacal devido ao banimento da ciência e dos cientistas, culpados da hecatombe nuclear que arrasou a terra e trouxe monstruosas mutações, que agora vagam na ignorância supersticiosa, entre as poucas terras não contaminadas do planeta.

Felizmente, a ficção científica não é somente ir em direção ao futuro, tanto que a maior parte das máquinas do tempo mais criativas já inventadas são as que levam os indivíduos ao passado, veja-se a máquina feita de feixes de táquions para ser portadora de mensagens ao passado na novela ‘Timescape’ de Gregory Benford, ou no estilo da série “Patrulha do Tempo” criada por Poul Anderson, ou nos contos de Fritz Leiber agrupados em ‘The Big Time’ todos voltados para a ideia de ir ao passado para corrigir imperfeições da nossa própria época. Veja-se também o subgênero Steampunk, com histórias em um passado meio alternativo, envolvendo técnicas científicas anacrônicas, como a existência de robôs movidos a vapor, por exemplo. (Steam significa vapor em inglês).

Portanto, a ficção científica não pretende adivinhar o futuro, e quando o faz (pois muitas vezes suas extrapolações são realizadas) não é como um fim, mas sim como um meio. Pois a finalidade básica da FC é ampliar a nossa perspectiva temporal para oferecer-nos uma visão mais distanciada e mais livre da nossa realidade em suas contradições intrínsecas.

Bibliografia citada:

J. –H. Rosny Ainé. A guerra do fogo. 1911.

Walter Miller Jr.. Um cântico para Leibowitz. 1960.

Gregory Benford. Timescape. 1980.

Poul Anderson. Guardians of time. 1960.

Fritz Leiber. The big time. 1958.

Paul Di Filippo. Steampunk Trilogy. 1995.


por Herman Schmitz, escritor e divulgador de Ficção Científica.

sexta-feira, 20 de março de 2015

Y enseñar locamente — Lloyd Biggle, Jr. Um conto para professores.

Um conto sobre a educação à distância no futuro. Embora um pouco simplista no formato é bem interessante por tratar de um tema bastante atual no momento em que proliferam as universidades virtuais.







Y Enseñar Locamente

Lloyd Biggle, Jr.



La señorita Mildred Boltz juntó ambas manos y exclamó:

—¡Qué escuela más encantadora!

Esplendía deliciosamente bajo el brillante sol de la mañana como oasis en delicado blanco y azul, como una gema entre las indescriptibles torres y cúpulas de aquel complejo metropolitano.

Pero pronto modificó su opinión. La forma del edificio era cuadrada, utilitaria y fea. Sólo su color era hermoso.

El conductor del taxi aéreo murmuraba para sí porque había tomado una ruta equivocada perdiendo su turno. Se volvió rápidamente preguntando:

—¿Cómo dice?

—La escuela —contestó la señorita Boltz—. Tiene un color encantador.


Un Mensaje de Caridad — William E. Lee. Uma história de amor e telepatia atemporal

Paradoxo temporal, telepatia e perseguição ao portadores de paranormalidade são os três ingredientes deste conto: uma terna historia de amor impossível entre dois adolescentes separados pela mais inexorável das distâncias — O Tempo!






Un Mensaje de Caridad
William E. Lee





Aquel verano del año 1700 fue el más caluroso que recordaban los más viejos habitantes. Como el año iniciaba una nueva centuria, algunos aseguraban que marcaría la pauta del siglo, y que durante cien años Bay Colony sería un lugar tan tórrido como la propia India.

Hubo gran cantidad de enfermedades en Annes Towne, y muchas personas murieron antes que el tiempo cambiara a últimos de septiembre. En su mayor parte fueron personas de edad avanzada las que sucumbieron, pero también estaban enfermos algunos jóvenes, entre ellos Caridad Payne.

Caridad había cumplido once años en la primavera y aún conservaba la figura y pensamientos de una niña, pero era alta y fuerte y estaba muy tostada por el sol de Nueva Inglaterra, ya que pasaba muchas horas ayudando a su padre en los campos y tratando de poner un poco de orden en el huerto y en el patio de la casa.

Durante las semanas que permaneció en casa, y aun cierto tiempo después, le atacó la fiebre, y entonces Thomas Carter y su buena esposa Beulah, como buenos vecinos, llegaron a la casa para echar una mano, ya que la madre de Caridad había muerto al dar a luz y Obie Payne no podía hacer solo todas las cosas.

Caridad se hallaba tendida sobre un colchón relleno de paja, que su padre, ansioso de hacer todo cuanto podía por ella, y no pudiendo hacer otra cosa que musitar constantes y fervientes oraciones, cambiaba casi diariamente con paja fresca, o al menos tan a menudo como se lo permitía Beulah.

A unas millas más abajo de Harmon Brook había un famoso estanque de castores donde en el invierno la gente de Annes Towne cortaba hielo, que luego almacenaba bajo capas de corteza de árboles y astillas.

Se había gastado mucho a principios del verano y quedaba poco hielo, pero todas aquellas familias que tenían enfermos en casa recurrían a él para alivio de los pacientes.

Así, Caridad tuvo sus trozos de hielo, que colocaba sobre su frente envueltos en una tela de lana cuando más alta era la fiebre.

Luana - Gilbert Thomas. Conto de Humor e Arte na FC. (en Español)

Os enganos, as taras e as frustrações de toda uma classe social, são objetos de uma implacável sátira nesta magnífica narrativa, uma obra prima do humor e da análise psicológica.






Luana
Gilbert Thomas





Después de una jornada de micetología –mi especialidad–, suelo dedicarme a la pintura o la escultura. Debo aclarar que he terminado con las mujeres, debido a lo mucho que me han hecho sufrir en la vida. El arte, pobre remedo de la existencia, no siempre resulta un buen substituto, pero no tengo más remedio que conformarme.

Así, pues, comencé por pintar acuarelas que representaban rudimentarios vegetales. Nada tan hermoso como un liquen primaveral que se extiende por la superficie áspera de una roca, y que introduciéndose en sus grietas la desmenuza hasta transformarla en arena. Los hongos que destrozan el Partenón reduciéndolo a fragmentos de mármol, nunca dejaron de maravillarme con su poder. Así es como la belleza se convierte en polvo.

Tras la pérdida de mi primera esposa, resolví dedicarme a la escultura moderna. Antes había logrado captar la hermosura del Monascus purpureas en unos lienzos, y los que pinté de otras especies –a las que protegía de la corrupción mediante infusiones de ácido desoxirribonucleico (DNA), sin el cual la vida no puede existir– fueron adquiridos por el Museo de Arte Moderno de Nueva York.

Pero yo anhelaba realizar algo grande. Y esto a pesar de que mi primera esposa no había sido nada corpulenta, como tampoco lo fuera mi segunda mujer. Eran, por el contrario, mujercitas suaves y apetecibles como la fina «colmenilla», hongo que resulta delicioso cuando se fríe con manteca, o se agrega a la sopa.

sexta-feira, 6 de março de 2015

Sobre o Álcool na Galáxia — Douglas Adams



Eis o que diz a Enciclopédia Galáctica a respeito do álcool: é um líquido volátil e incolor formado pela fermentação dos açúcares. Acrescenta ainda que o álcool tem o efeito de inebriar certas formas de vida baseadas em carbono.

O Guia do Mochileiro das Galáxias também menciona o álcool. Diz que o melhor drinque que existe é a Dinamite Pangaláctica.

Afirma que o efeito de beber uma Dinamite Pangaláctica é como ter seu cérebro esmagado por uma fatia de limão colocada em volta de uma grande barra de ouro.

O Guia do Mochileiro também lhe dirá quais os planetas em que se preparam as melhores Dinamites Pangalácticas, quanto irá custar uma dose e quais as ONGs existentes para ajudar você a se recuperar posteriormente.

O Guia do Mochileiro ensina até mesmo como preparar a bebida por conta própria. Eis o que diz o livro:

Pegue uma garrafa de Aguardente Janx.

Misture-a com uma dose de água dos mares de Santragino V-ah, essa água dos mares de Santragino1., diz. Ah, os peixes de Santragino1.

Deixe que três cubos de Megagim Arturiano sejam dissolvidos na mistura (se não foi congelado da maneira correta, perde-se a benzina).

Deixe que quatro litros de gás dos pântanos de Falia borbulhem através da mistura em memória de todos aqueles mochileiros bem-aventurados que morreram de prazer nos pântanos de Falia.

Faça flutuar, no verso de uma colher de prata, uma dose de extrato de Hipermenta Qualactina, plena da fragrânda inebriante das sombrias Zonas Qualactinas, sutil, doce e mística.

Acrescente um dente de tigre solar algoliano. Veja-o dissolver-se, espalhando os fogos dos sóis algolianos no âmago do drinque.

Jogue uma pitadinha de Zânfuor.

Acrescente uma azeitona.

Agora é só beber... mas... com muito cuidado...

O Guia do Mochileiro das Galáxias vende bem mais que a Enciclopédia Galáctica.