sábado, 27 de setembro de 2014

Tudo Que Você Queria Saber Sobre Os Extraterrestres Inteligentes ~ Tom Rainbow

O Dr. Rainbow era professor de farmacologia na Universidade da Pensilvânia, em Filadélfia, onde se dedicava a estudar a química do cérebro. Ele faleceu aos trinta anos de idade, em um trágico acidente, quando tentava subir a bordo de um trem em movimento.
Como leitor de ficção científica, você deve estar acostumado a todos os tipos de vida inteligente, desde gluons pensantes até Nuvens Negras que faIam. Com toda essa variedade de seres imaginários, talvez tenha pensado, como eu: "Por que será que os únicos seres pensantes que conhecemos na vida real são da variedade que encontramos na Mesbla?".
Quero dizer: se você é um hominídeo, e todos os seus amigos são hominídeos, será que se segue necessariamente que todos os seres inteligentes têm de ser hominídeos? Já que a vida inteligente pode estar sujeita a várias limitações de ordem biológica, e já que somos a única espécie inteligente conhecida, é possível que o universo não passe de uma grande Mesbla. Talvez, quando mandarmos nossas primeiras naves interestelares para Ipsilon do Erídano, sejamos recebidos por sujeitos barrigudos usando camisas de poliéster.
Bolas, se eu tivesse que hibernar durante 400 anos e depois de todo esse trabalho me visse diante de hominídeos comuns, juro que venderia minha nave para os klingons! Que aconteceu com todos aqueles anõezinhos verdes, para não falar dos peludos e simpáticos wookies? Não tem graça nenhuma viajar para tão longe a não ser que haja uma boa probabilidade de encontrar alienígenas que sejam realmente diferentes de nós. Por isso, vamos discutir as formas plausíveis que a vida inteligente pode assumir, com a esperança de evitar um universo que, filogeneticamente falando, se pareça com Nova Iguaçu.
Klingons

Inteligência


Do ponto de vista prático, podemos dizer que um ser inteligente é o que é capaz de conduzir uma conversa, verbal ou não-verbal, da mesma forma que um ser humano. É o chamado "Teste de Turing" da inteligência, em homenagem ao matemático Alan Turing. Turing afirmou que um computador podia ser considerado inteligente se pudesse imitar perfeitamente um ser humano do outro lado de um terminal de computador. A definição de Turing corresponde a nossa ideia intuitiva de inteligência: acho que você é inteligente porque age como eu, já que, naturalmente, eu sei que sou inteligente. Se nos limitássemos a julgar um ao outro pela aparência, e não pela conversação, poderíamos nos iludir com efeitos especiais elaborados, do tipo Guerra nas Estrelas.
Correndo o risco de ofender algum leitor que pertença à ordem dos cetáceos, ouso afirmar que, pelo que sei, apenas os humanos e seus ancestrais hominídeos foram até hoje capazes de passar pelo Teste de Turing. O estudo dos golfinhos, por exemplo, revela que eles têm uma capacidade mental semelhante à dos cachorros. Os cães são inteligentes?
Wookies

Diria que não, se nosso critério for o Teste de Turing. O sine qua non do Teste de Turing é a capacidade de usar uma linguagem. De acordo com os especialistas, além dos humanos, apenas os macacos antropoides (chimpanzés, gorilas, orangotangos) possuem essa capacidade. Mesmo assim, muitos alegam que tudo que os macacos fazem é repetir um comportamento estereotipado, induzidos por pistas sutis fornecidas por seus treinadores. Bolas, já disseram coisas parecidas a meu respeito, e eu me considero uma pessoa inteligente, embora uma vez tenha pedido a Carl Sagan para fazer o Teste de Turing no meu lugar. De modo que, se houver algum amiguinho da floresta lendo essas linhas, não considere meus comentários como uma crítica! Gosto de vocês, e não pretendo de forma alguma insinuar que se encontram na mesma categoria que os gatos e os cachorros!
Mesmo se admitirmos que o Teste de Turing pode às vezes conduzir a resultados falsos, trata-se de uma forma conveniente de definir algo tão intangível como a inteligência. Como corolário do Teste de Turing, podemos mesmo dizer que, já que a inteligência humana resulta de um cérebro humano, qualquer ser que possua um cérebro equivalente ao humano pode ser considerado como inteligente. Como ainda outro corolário, podemos dizer que uma condição suficiente, e talvez mesmo necessária, para a inteligência é a posse de um cérebro equivalente ao humano. Observe que, já que muitos de nós possuem cérebros equivalentes ao cérebro humano, isto significa que muitos de nós são inteligentes, talvez mesmo algumas das pessoas que você encontra nos clubes de fãs de ficção científica!


Inteligência e Tamanho do Cérebro


Que há de tão especial no tamanho do cérebro humano? Em primeiro lugar, é mais complexo do que o cérebro de qualquer outra espécie terrestre, possuindo aproximadamente 10 bilhões de neurônios para 70 kg de massa corporal. Trata-se de um dos maiores números de neurônios encontrados no cérebro de mamíferos e, de longe, a maior relação entre número de neurônios e massa corporal. Embora o número de neurônios seja um bom indicador da capacidade cerebral, um indicador melhor ainda é a relação entre o número de neurônios e a massa corporal. Quanto maior o animal, maior o número de neurônios de que necessita para controlar o funcionamento do corpo. Por exemplo: o elefante, que é considerado pelos cientistas do comportamento como um animal relativamente inteligente, tem cerca de 8 bilhões de neurônios para 3.500 kg de massa corporal. Embora o elefante possua apenas 20% menos neurônios que o homem, a maior parte do cérebro se mantém ocupada o tempo todo controlando um corpo que é 50 vezes maior. Isso não deixa muitos neurônios livres para se dedicarem a atividades supérfluas como a inteligência.
Da mesma forma, quanto menor o corpo, menor o número de neurônios necessários para controlá-lo. As mulheres, em média, têm menos neurônios que os homens, mas também, em média, têm corpos menores, de modo que a relação entre número de neurônios e massa corporal é a mesma para ambos os sexos. Esta linha de raciocínio leva à surpreendente conclusão de que as mulheres devem ser inteligentes. Bolas, rapazes, se até as garotas podem ser inteligentes, resta alguma esperança para os nossos microcomputadores domésticos!
Se as mulheres podem ser inteligentes, será que, digamos, os camundongos podem ser inteligentes? O cérebro de um camundongo pesa cerca de 300 mg, dos quais 70 mg constituem o córtex cerebral. Um camundongo típico pesa 30 g, de modo que a relação entre a massa do córtex cerebral e a massa corporal de um camundongo é 0,002. Um cérebro humano pesa 1,5 kg, dos quais a maior parte corresponde ao córtex cerebral, de modo que, supondo uma massa corporal de 70 kg, a relação correspondente para o ser humano é 0,02, ou seja, 10 vezes maior. Assim, para serem inteligentes, os camundongos teriam que possuir um cérebro 10 vezes maior para o mesmo tamanho de corpo. Estou supondo neste cálculo que os homens e os camundongos possuem o mesmo número de neurônios por centímetro cúbico de córtex cerebral. Isto provavelmente não é verdade, já que os humanos parecem ter uma densidade de neurônios mais elevada que os outros mamíferos. Os elefantes, que mencionamos há pouco, na verdade possuem um cérebro três vezes maior que o cérebro humano, mas o número total de neurônios é menor porque eles estão dispostos de forma menos compacta.
Também supus que não existe um número mínimo de neurônios necessário para produzir inteligência. É evidente que uma criatura com um único neurônio não pode ser inteligente, por menor que seja seu corpo. É bastante provável que haja um número crítico, mas é difícil dizer se um camundongo com um cérebro 10 vezes maior que o normal atingiria esse limite mínimo. O menor cérebro conhecido de um hominídeo pertence ao australopiteco, cujo cérebro pesava aproximadamente 500 g. Se imaginarmos um camundongo com um cérebro 10 vezes maior que o normal e aumentarmos o tamanho do seu corpo e do seu cérebro na mesma proporção, até que o cérebro pese tanto quanto o de um australopiteco, teremos uma criatura muito parecida com os ewoks, aquelas criaturinhas adoráveis dos filmes de George Lucas!
Ewoks



Inteligência e Fisiologia


Se os camundongos, os ewoks e até mesmo as garotas podem ser inteligentes, o leitor poderia pensar que não existe nenhuma limitação básica para a inteligência das espécies. Entretanto, não é bem assim. No reino das células, os neurônios constituem uma categoria particularmente voraz, que necessita de uma quantidade enorme de alimento para funcionar. A manutenção de um cérebro humano é um problema logístico extremamente complicado, que impõe sérias limitações ao tipo de fisiologia que o proprietário deve exibir. Embora o cérebro seja responsável por menos de 2% de nossa massa corporal, suas funções metabólicas correspondem a 20-40% do metabolismo global. É como se os seres humanos tivessem dentro do crânio um reator de fusão nuclear, enquanto os outros animais possuem uma pilha de lanterna. A grande relação que existe no homem entre a massa do cérebro e a massa corporal limita os recursos metabólicos que podem ser usados para manter o resto do corpo. Não seria de surpreender se a relação entre o peso do cérebro e o peso do corpo para os humanos correspondesse ao máximo que pode ser sustentado pelo metabolismo terrestre. Isto explicaria por que a seleção natural na Terra não produziu animais mais inteligentes do que os humanos; o aumento do tamanho do cérebro simplesmente resultaria na extinção da pobre espécie.
De acordo com o que vimos até agora, para ser inteligente você precisa de um cérebro equivalente ao dos seres humanos. Segundo os cientistas, nosso cérebro é capaz de transferir informações à razão de 1017 bits/s, o equivalente a transferir em um segundo todas as informações contidas em cem bibliotecas das grandes. Mesmo que a espécie em questão não use neurônios do tipo terrestre, esta elevada taxa de transferência de informações implica uma grande sobrecarga para o metabolismo corporal. Uma adaptação que os pássaros e mamíferos adotaram para poderem manter um cérebro relativamente grande foi a de se tornarem animais de sangue quente. A neuroquímica, como as reações de fusão nuclear, se torna mais eficiente à medida que a temperatura aumenta. Uma temperatura constante, relativamente alta, permite que os neurônios queimem menos combustível para o mesmo trabalho executado. Quando finalmente encontrarmos outra espécie inteligente, é provável que seus corpos funcionem a uma temperatura pelo menos 20 °C mais elevada que a temperatura ambiente. Se os seus processos bioquímicos forem mais resistentes à temperatura do que os nossos, é possível que sejam muito mais quentes do que nós, pois dessa forma funcionariam com maior eficiência. (Em outras palavras, não saia por aí apertando a mão de qualquer alienígena...)
A que outras limitações fisiológicas estaria sujeito um ser inteligente? Bem, dado que ele teria de ter um cérebro complexo, fosse ou não do tipo terrestre, esse cérebro necessitaria de um elaborado sistema de montagem pré ou pós-natal. No homem, o desenvolvimento de um cérebro inteligente ocorre durante um longo período de gestação e durante um período de amadurecimento pós-natal relativamente longo. Isto, porém, não significa que todos os seres inteligentes devam ser vivíparos e mandar a prole para o jardim de infância. É fácil imaginar uma espécie inteligente que saia de um ovo com a mentalidade de uma galinha e depois passe um ano ou mais como um animal obtuso, esperando que seu cérebro atinja o estágio inteligente. Talvez tenha sido isso que Walt Disney tinha em mente quando criou o Pato Donald e os outros habitantes de Patópolis. Deixo a cargo do leitor a tarefa de imaginar como foi que os Irmãos Metralha se tornaram inteligentes.
Dado que estamos lidando com seres que se tornaram inteligentes através da evolução, e não com espécies criadas em laboratório, outra necessidade fisiológica é a existência de mãos ou apêndices equivalentes, que permitam a manipulação de objetos. Não é provável que uma espécie se torne altamente inteligente a menos que possa usar essa inteligência para algum propósito. No caso dos hominídeos, é evidente que a inteligência e as capacidades de manipulação e comunicação se desenvolveram em paralelo, provavelmente com cada uma delas às vezes comandando a evolução das outras. A ideia de que a inteligência requer órgãos adequados de manipulação é discutida no conto de Larry Niven "The Handicapped", escrito em 1967. A história fala da descoberta de um animal séssil, sem mãos, o grog, que tem um cérebro muito grande para o tamanho do corpo, mas não é considerado inteligente porque não dispõe de mãos nem de sentidos. Em outras palavras, o grog não podia ser inteligente porque não tinha o que fazer com a inteligência. Entretanto, os grogs eram inteligentes. Para substituir as mãos, recorriam à hipnose telepática, através da qual podiam fazer uso das mãos e dos sentidos de outros animais.
Grog



Seres Inteligentes Plausíveis e Implausíveis


Posso apostar que o número de seres inteligentes implausíveis nas histórias de ficção científica é muito maior que o número de seres inteligentes que realmente existem em nossa galáxia. Em geral, essas espécies imaginárias resultam de uma simples extrapolação de um animal terrestre não inteligente, como répteis falantes ou peixes capazes de raciocínio lógico. Quase sempre, esses são casos em que o autor ignorou os requisitos básicos para que uma forma de vida se torne inteligente. Por exemplo: os répteis falantes da FC não podem existir na vida real porque os répteis, sendo pecilotermos, não podem manter um metabolismo cerebral eficiente. São histórias como essas que deixam os cientistas de cabelos em pé.
Existem, porém, alguns exemplos de alienígenas inteligentes bastante plausíveis. Voltando aos personagens de Larry Niven, existem os kzinti, bípedes peludos, de cor alaranjada e três metros de altura, que se parecem com grandes gatos. Trata-se de carnívoros agressivos, que teriam usado o homem como alimento, se Niven não tivesse a cortesia de nos deixar vencer todas as guerras interestelares.
O interessante para nós, rapazes, é que apenas os kzinti machos são inteligentes. As fêmeas kzinti não passam de animais estúpidos, usados apenas para o acasalamento e provavelmente para a amamentação.
Kzinti

Outro alienígena muito conhecido de Larry Niven é o puppeteer. De acordo com Niven, um puppeteer se parece com "um centauro decapitado de três pernas, segurando duas cobras". As cobras são cabeças sem cérebro, contendo órgãos sensoriais e bocas que são usadas tanto para falar como para manipular objetos. O cérebro de um puppeteer está escondido no tronco, debaixo de uma protuberância óssea. Os puppeteers são herbívoros, e têm de medrosos o que os kzinti têm de agressivos.
Não há nada nos kzinti ou nos puppeteers que viole abertamente nossos requisitos para o aparecimento da inteligência. Ambos satisfazem à ideia de que seres inteligentes devem ter um cérebro grande, a fisiologia apropriada para manter esse cérebro e órgãos de manipulação adequados para serem usados pelo cérebro. A ideia de que extraterrestres inteligentes poderiam ser basicamente hostis, como os kzinti, está em desacordo com os conceitos atuais dos que se dedicam à busca de inteligências alienígenas, segundo os quais esses seres seriam, na pior das hipóteses, indiferentes, dado que existem poucos incentivos racionais para lançar um ataque interestelar. Mas quem disse que eles têm de ser racionais? Nós, por exemplo, nem sempre somos racionais. Talvez existam extraterrestres, como os kzinti, que tenham esta tendência lamentável para dominar outras raças, de modo que, quando captarem nossos programas de televisão em seus radiotelescópios ou, melhor ainda, recuperarem uma sonda espacial do tipo Voyager, com imagens de hominídeos nus em pelo e um mapa com a posição exata do Sistema Solar, simplesmente lancem ao espaço sua frota de invasão. O resultado, naturalmente, é que nós todos vamos ser transformados em escravos.
Já que é impossível garantir que não exista em nossa galáxia uma raça como os kzinti, será que é uma boa ideia colocar o endereço da Terra nas sondas espaciais que são enviadas para fora do Sistema Solar? Ou, o que talvez seja ainda pior, transmitir informações a respeito de nossa localização, como já foi sugerido, usando um grande radiotelescópio, como o de Arecibo? Bolas, talvez nossa mensagem seja equivalente a colocar um grande anúncio de comida grátis no céu! A possibilidade de existir uma espécie como os kzinti provavelmente fará com que a maioria dos extraterrestres inteligentes evite expor sua posição e talvez mesmo os leve a táticas mais elaboradas, como camuflar suas comunicações interestelares sob o disfarce de emissões naturais. Isto significa que os projetos de busca de inteligências extraterrestres com o auxílio de radiotelescópios podem não funcionar, já que nenhuma espécie realmente inteligente estará disposta a anunciar sua existência. O dinheiro provavelmente seria mais bem aplicado no projeto de algum tipo de defesa planetária, caso alguma raça de alienígenas do tipo kzinti já estivesse a caminho para nos conquistar.
A plausibilidade dos puppeteers herbívoros como seres inteligentes foi contestada por James Blish, outro escritor de ficção científica, com o argumento de que uma espécie não precisa ser muito inteligente para se alimentar de capim. A maior parte dos hominídeos são onívoros, com preferência por vegetais, e são bastante espertos, de modo que a inteligência não reflete necessariamente a dieta. A ideia de que os carnívoros são mais inteligentes do que os herbívoros de que se alimentam levaria à ideia ridícula de que as cobras teriam de ser mais inteligentes que os ratos silvestres, o que obviamente não é verdade. Os predadores com frequência são menos inteligentes que sua presa, como poderá atestar qualquer leitor de ficção científica que já tenha sido achacado por um valentão na escola. Os puppeteers provavelmente desenvolveram sua inteligência para escapar aos predadores: quanto mais espertos, maior a probabilidade de sobreviverem. Os leitores de ficção científica devem estar cientes do fato de que, um dia, eles também haverão de desenvolver um mecanismo eficiente para resistirem aos seus predadores tradicionais, talvez algo sutil como um órgão capaz de emitir raios desintegradores.
Puppeteers

Voltando à questão original, de se é plausível que seres como os kzinti e os puppeteers se tornem inteligentes, por que a inteligência na Terra constitui um privilégio exclusivo dos hominídeos? Isto resultou provavelmente de influências ambientais aleatórias no processo evolutivo. Por exemplo: a extinção dos dinossauros, que propiciou a ascensão dos mamíferos, tem sido atribuída à queda de um asteroide na Terra durante a era cretácea, há cerca de 100 milhões de anos. Embora, dado o fato de que a Terra está relativamente próxima do cinturão de asteroides, colisões como essa sejam inevitáveis, o intervalo entre colisões talvez esteja sujeito a variações da ordem de 100 milhões de anos. Se a colisão hipotética tivesse ocorrido 100 milhões de anos mais cedo, ainda não haveria mamíferos na Terra e outros animais teriam ocupado o nicho deixado pelos dinossauros.
Para dar outro exemplo: os primatas, por causa das necessidades associadas ao nicho ecológico que vieram a ocupar, evoluíram de animais rasteiros, de hábitos noturnos, para criaturas diurnas e arbóreas. As pressões seletivas do ambiente arbóreo levaram a um aumento da acuidade visual e também ao aperfeiçoamento da capacidade de manipulação. Estes dois fatores, por sua vez, contribuíram para o aumento, da capacidade cerebral. Quando as pressões ambientais forçaram alguns primatas a abandonar as árvores para viver no solo, as mãos deixaram de ser necessárias para sustentar o corpo e passaram a ser usadas em outras atividades, o que estimulou ainda mais o desenvolvimento da inteligência, levando finalmente ao aparecimento dos primeiros hominídeos. E se tivesse havido uma praga, há 30 milhões de anos, que matasse todos os roedores, obrigando os felinos a subir nas árvores para se alimentarem dos primatas? Talvez os felinos tivessem se adaptado ao ambiente arbóreo desenvolvendo apêndices semelhantes às nossas mãos. Depois de dizimarem a população de primatas, deixariam as árvores para ocupar essencialmente o mesmo nicho ecológico que os hominídeos vieram a ocupar na sequência real da evolução. O resultado seria uma espécie inteligente muito parecida com os kzinti. 


Invertebrados Inteligentes


Às vezes me deixa triste pensar que os monstros de compridos tentáculos e olhos facetados das revistas de histórias em quadrinhos da minha juventude teriam fatalmente morrido de anoxia. O problema dos invertebrados inteligentes é a falta de pulmões e de uma circulação fechada. O cérebro humano tem aproximadamente 10 bilhões de neurônios, ou seja, 100.000 vezes mais células que um invertebrado relativamente esperto, como a abelha. Sem um suprimento adequado de sangue oxigenado, um invertebrado é incapaz de atender às necessidades metabólicas de um cérebro capaz de sustentar a inteligência. Para dispor de pulmões e um sistema circulatório fechado, o animal precisaria de um esqueleto interno para sustentar as vísceras, o que o tornaria um vertebrado.
Embora um invertebrado inteligente de grande porte, com um cérebro igualmente grande, pareça uma impossibilidade teórica, nada nos impede de imaginar um organismo inteligente constituído por muitos pequenos invertebrados. Em uma história de ficção científica que escrevi há alguns anos, e que despertou na maioria dos editores de FC o mesmo tipo de entusiasmo que um convite para almoçar com os kzinti, descrevi uma espécie inteligente cujo cérebro era composto pelos sistemas nervosos combinados de mais de 100.000 vespas. As "Vespas Espaciais", como chamei meus alienígenas, eram insetos sociais de oito pernas, com compridas antenas nas duas extremidades do corpo. As Vespas Espaciais podiam ligar essas antenas e assim unir seus pequenos cérebros de modo a formarem um gigantesco circuito nervoso, que podia tornar-se muito mais inteligente que um cérebro humano, já que podia contar com um número ilimitado de neurônios. Havia também diferentes castas de Vespas Espaciais, algumas especializadas em diferentes funções cognitivas e algumas especializadas em manipulação, incluindo uma casta de vespas telepatas capazes de controlar os cérebros de outros animais, à maneira dos grogs.
Cada Vespa Espacial precisava sustentar apenas os neurônios do seu próprio cérebro, que mal chegavam a 100.000, de modo que os problemas metabólicos estavam automaticamente resolvidos. A ligação das Vespas Espaciais para formar uma grande colônia também resolvia o problema de como um invertebrado ovíparo poderia gerar células suficientes para formar um cérebro inteligente. Não há nenhuma razão lógica para que a solução das Vespas Espaciais para a inteligência dos invertebrados não funcione na prática; dada a provável diversidade da vida no universo, é bem possível que insetos sociais inteligentes muito parecidos com as Vespas Espaciais existam em alguma parte. Espero que não estejam muito próximos de nós, já que os seres humanos, com suas mãos habilidosas, seriam um alvo perfeito para a casta das vespas telepatas.


Inteligência Inconsciente


Outra peculiaridade das Vespas Espaciais era que elas podiam utilizar dois tipos diferentes de inteligência. Ao unirem seus corpos para formarem um grande cérebro, podiam adotar duas configurações distintas: a inteligente, mais simples, e a inteligente-consciente, mais complexa. A configuração inteligente era em essência um cérebro supergenial mas que não era dotado de consciência. Podia dirigir o império das Vespas Espaciais, projetar e consertar geradores de antigravidade, pintar a esfera de Dyson etc, mas não tinha conhecimento da própria existência. Em certas circunstâncias, as Vespas Espaciais podiam assumir a configuração inteligente-consciente, que necessitava de um número maior de vespas e não resultava em um aumento real de inteligência. Esta configuração era útil apenas para lidar com seres obrigatoriamente inteligentes-conscientes, situações em que as Vespas Espaciais teriam que passar por algum tipo de Teste de Turing.
Embora seja claro que para ter uma consciência você tem de ser inteligente, não é óbvio que, para possuir uma inteligência comparável à dos hominídeos, você precise ter conhecimento da própria existência. A consciência pode ser análoga ao sistema operacional de um computador, algo necessário para integrar uma variedade de funções cognitivas, ou pode ser alguma coisa que evoluiu para facilitar as interações sociais dos hominídeos. Seja como for, é possível imaginar que existam espécies inteligentes para as quais a consciência constitui apenas uma das opções disponíveis.


Inteligências Espaciais


Existem muitas histórias de ficção científica em que o espaço sideral é o habitat natural para uma forma de inteligência. Larry Niven criou os outsiders, seres inteligentes feitos de hélio II e movidos por termeletricidade. Fred Hoyle é o pai da Nuvem Negra, uma nuvem de hidrogênio superinteligente, com um diâmetro igual à distância entre a Terra e o Sol. Outros autores de ficção científica propuseram variações desses conceitos, imaginando, por exemplo, seres inteligentes formados de plasma confinado por campos magnéticos.
Outsiders

O problema dos seres espaciais inteligentes é que é difícil entender como uma forma de vida poderia desenvolver-se à temperatura de 3 K, no vácuo do espaço, ou à temperatura de 3xl07 K, no centro das estrelas. Nessas condições, já seria um feito o aparecimento do Ser Vivo Mínimo Imaginável, definido pelos exobiólogos como uma entidade capaz de reproduzir-se, sofrer mutações e reproduzir essas mutações, quanto mais a produção de um organismo inteligente. A Terra tem aproximadamente 4,5 bilhões de anos. Os cientistas calculam que o Ser Vivo Mínimo Imaginável levou menos de 500 milhões de anos para aparecer, o que sugere que em um ambiente planetário, como o da Terra pré-biótica, a origem da vida é um processo praticamente inevitável. Entretanto, mesmo nessas condições favoráveis, a vida inteligente levou mais 4 bilhões de anos para aparecer.
Pode ser possível que uma vida planetária inteligente, mas ainda não consciente, se adapte às condições do espaço, vindo então a adquirir consciência. Isso seria análogo à forma como os cetáceos se transformaram de mamíferos terrestres relativamente atrasados em mamíferos aquáticos relativamente inteligentes. Entretanto, não são óbvias as condições nas quais isto poderia ocorrer. Talvez a perda gradual de uma atmosfera planetária obrigasse uma espécie a se adaptar ao vácuo do espaço. O universo é vasto, e, como dizem os físicos, tudo que não é proibido acaba por acontecer. Por outro lado, existem provavelmente algumas coisas na ficção científica que simplesmente não passam de ficção científica; talvez os seres inteligentes espaciais sejam um exemplo desse tipo de coisa.
Uma extensão interessante do conceito de inteligência espacial é a ideia de que todo o universo é na realidade um organismo vivo. É possível imaginar que forças complexas, agindo entre objetos astrofísicos, possam fazer o universo funcionar como um cérebro pensante. O número de galáxias do universo é aproximadamente igual ao número de neurônios do cérebro humano, de modo que talvez nossa galáxia seja equivalente aos 100.000 neurônios que ficam do lado esquerdo da parte anterior dorsal da camada 5 do córtex temporal inferior direito. Do nosso ponto de vista, qualquer pensamento que este universo inteligente pudesse ter ocorreria muito devagar, já que é impossível transferir informações mais depressa que a velocidade da luz, e a distância entre as galáxias é da ordem de milhões de anos-luz. Em geral, um neurônio leva de 1-10 milissegundos para modificar a atividade de outro neurônio, e de 300-500 milissegundos para produzir um ato complicado de processamento, como um pensamento. Se as galáxias são o equivalente dos neurônios, levaria um milhão de anos para transferir uma informação elementar e 300 milhões de anos para um simples pensamento. Esses tempos teriam sido menores na infância do universo, quando as distâncias entre as galáxias também eram bem menores.
Jadi

A existência de um universo inteligente explicaria muitas coisas. Em primeiro lugar, explicaria por que constantes físicas como a velocidade da luz possuem os valores que possuem: quando o universo acordou, nos primeiros 10-43 de segundo após o Big Bang, ele simplesmente decidiu que valores teriam as constantes físicas. É pena que tenha escolhido números quebrados, difíceis de memorizar. Em segundo lugar, isso explicaria por que nosso universo é tão obtuso (nada de Cavaleiros de Jedi, nenhum Podkayne de Marte), destituído de magia e de significado, cheio de seres inteligentes mal-intencionados, cujo sonho é transformar os humanos em recheios de sanduíche. Se o universo não é mais complexo que um cérebro humano e leva 300 milhões de anos para completar um simples pensamento, não é exatamente o que poderíamos chamar de gênio.
Podkayne de Marte

Outros seres inteligentes têm a sorte de viver em universos espertos, com leis físicas melhores, mais originais, e Cavaleiros de Jedi em cada esquina. Nós, não. Existe alguma coisa que a gente possa fazer para consertar a situação? Existe, sim. Leia em voz alta para o seu universo. Tente ensinar-lhe algumas novas palavras todos os dias. Leve-o a um museu. Talvez o programa de busca de seres extraterrenos inteligentes esteja disposto a transmitir os programas do Telecurso Primeiro Grau através dos radiotelescópios. E quando os kzinti localizarem as nossas transmissões e começarem a aplicar a nós suas técnicas altamente sofisticadas de preparar Big Macs, estaremos cheios de orgulho quando, vinda de alguma parte indefinida do espaço, uma voz potente balbuciar: "Dãã... Um?... Dãã... Dois?... Dãã... Três?"

Fonte: Isaac Asimov Magazine, nº 8. Rio de Janeiro, Ed. Record. 1991
Tradução de Ronaldo Sérgio de Biasi (não creditada).

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Arkadi e Boris Strugatsky ~ Biblioteca Pública

Pequena coleção em espanhol de algumas obras dos irmão Strugatsky no meu diretório neste link:
http://minhateca.com.br/Herman.Schmitz/Marcianos.Cinema/Autores/Arkadi+Y+Boris+Strugatsky

Arkadi & Boris Strugatsky - Picnic Junto Al Camino.html
Arkadi Y Boris Strugatsky - Cataclismo En Iris.doc
Arkadi Y Boris Strugatsky - El Pais De Las Nubes Purpureas .pdf
Arkadi Y Boris Strugatsky - Picnic Extraterrestre.doc
Arkadi Y Boris Strugatsky - Que Dificil Es Ser Dios .pdf
Arkadi Y Boris Strugatsky - Stalker.doc

Joanna Russ ~ Galeria de Capas




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Link para o Pinterest: http://www.pinterest.com/hermanschmitz/joanna-russ-cover-books/

Joanna Russ (February 22, 1937 – April 29, 2011) was an American writer, academic and feminist. She is the author of a number of works of science fiction, fantasy and feminist literary criticism such as How to Suppress Women's Writing, as well as a contemporary novel, On Strike Against God, and one children's book, Kittatinny. She is best known for The Female Man, a novel combining utopian fiction and satire.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

As Três Leis da Integridade Criativa — Luiz Bras

Três leis

As três leis a seguir — Leis da Integridade Criativa — foram feitas por mim, para mim. São de uso pessoal. Mas não me espantarei se um grupo grande de escritores também decidir assumi-las para si.

1ª lei: Escrever apenas o que me dá prazer escrever.
2ª lei: Escrever textos com alta densidade poética, exceto quando isso contrariar a primeira lei.
3ª lei: Agradar o maior número possível de leitores, desde que tal desejo não entre em conflito com a primeira ou a segunda lei.

Um breve comentário sobre cada uma das leis precisa ser feito.

1ª lei: Escrever apenas o que me dá prazer escrever.
Muitas vezes um jornal, uma revista ou um editor que planeja publicar uma coletânea temática convidam o escritor para escrever um conto ou um poema. Mas, se o tema proposto não estiver sincronizado com a rotina criativa do escritor, ou se o prazo for pequeno, ou se o estilo já estiver pré-definido, a escritura pode ser muito penosa. Se você não estiver curtindo escrever, não continue. As chances de que o texto saia com problemas é grande. Então, diante da queixa do Leitor Qualquer Que Seja, você não poderá sequer responder que escreveu por puro prazer.

2ª lei: Escrever textos com alta densidade poética, exceto quando isso contrariar a primeira lei.
O objetivo maior da literatura não é apenas entreter e deleitar. É também, e principalmente, provocar e inquietar o leitor. Não existe boa literatura fácil de ler. As obras-primas, mesmo as do presente, sempre exigem um pouco de esforço. Isso não significa que quanto mais hermética e obscura melhor. No equilíbrio entre a forma e o conteúdo está todo o segredo de um bom texto literário. Mas toda essa discussão é inútil e idiota se, pra atender a uma demanda ou agradar alguém (os leitores, os intelectuais, a crítica), o escritor não estiver escrevendo o que verdadeiramente gosta de escrever: textos obscuros e cifrados, textos claros e luminosos, qualquer outra coisa entre um e outro, de acordo com sua inclinação.

3ª lei: Agradar o maior número possível de leitores, desde que tal desejo não entre em conflito com a primeira ou a segunda lei.
O escritor precisa de leitores. Isso é inegável. Ninguém escreve para si mesmo, ou para a gaveta. Tentar cativar o maior número possível de leitores é um propósito legítimo. Vender cem mil exemplares, um milhão, oh, que destino glorioso. Desde que esse não seja o primeiro objetivo do escritor. Na verdade esse tem que ser o último objetivo. No fim das contas, não existe escritor sem leitor. Vivemos numa época em que as mais diferentes tendências literárias convivem pacificamente. A obra tanto do Escritor Hermético quanto do Escritor Não-Hermético, e dos vários matizes que ligam um ao outro, sempre encontrará quem a aprecie.


Fonte: BRAS, Luiz. Muitas Peles. São Paulo, Terracota, 2011. (Pág. 66-68)

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Galeria de Capas — James H. Schmitz


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Schmitz, James H.

(1911–1981)

James Schmitz published his first short story in 1943, and several years later began a series of space adventures, collected as Agent of Vega (1960), that included such classics as the title story and “The Second Night of Summer.” He would continue to write impressive short fiction throughout the 1960s, although much of his later work began to fall into a formula. Some of his other noteworthy short stories include “The Big Terrarium” and “The Summer Guests.”


Most of his fiction from the 1960s onward concerns the Hub, an interstellar civilization in which humans are prominent but do not have an exclusive hold on the seats of power. Many of the stories fall into one of two very similar series, each following the adventures of a young female protagonist, either Telzey Amberdon or Trigger Argee. Telzey, the more popular of the two among readers, is a talented telepath in addition to being a seasoned space traveler. A Tale of Two Clocks (1962, also published as Legacy) was the first novel using this setting, relating the adventure of Trigger Argee as she travels to Earth to solve an ancient secret that could destabilize the entire galaxy. Telzey Amberdon’s unique telepathic talent is that she can read the minds of aliens as well as humans, an ability that allows her to eavesdrop on plans to launch an interstellar war. Unfortunately, her secret is out, and she is hunted across the stars by various parties determined that she not repeat what she learned. Neither of Schmitz’s heroines shrinks from a fight; and both characters could have been portrayed as males without much alteration of the plots.


The same is not true of The Witches of Karres (1966), easily Schmitz’s best novel. This time there are three teenaged girls, each of whom possesses psi talents for which they have been forced into slavery. They are subsequently rescued by a hardboiled space captain who becomes enraged by, and finally reconciled to, their impish sense of humor. The chemistry among the characters is superb, but unfortunately Schmitz never managed to achieve this level of characterization again. A recent sequel, The Wizard of Karres (2004) by Mercedes Lackey, Eric Flint, and Dave Freer, fails to measure up to the original. The Demon Breed (1968) is also set in the Hub universe, but it was more reminiscent of Andre NORTON’s otherworld adventures. Aliens invade and conquer a remote human colony, but the protagonist manages to avoid capture, escaping into the wilderness with three mutated otters. With their help, she eventually manages to signal for help.

Telzey returned for another full-length adventure in Lion Game (1973). After escaping death at the hands of a psi-talented assassin, Telzey investigates a new alien race with territorial ambitions and publicizes their plot in time to avert an interstellar war. Schmitz’s final novel was not part of the Hub universe. The Eternal Frontiers (1973) is set on another colony planet whose inhabitants have split into two hostile factions. They are forced to put aside their differences when a third party, consisting of belligerent aliens, enters the fray. Despite an interesting opening, the novel quickly bogs down into predictable melodramatic paths.

Schmitz’s short fiction has been collected and cross-collected several times. The most recent volumes, which include virtually all of his short work and some of his novels, consist of Telzey Amberdon (2000), TnT: Telzey & Trigger (2000), The Hub: Dangerous Territory (2001), Trigger & Friends (2001), Agent of Vega & Other Stories (2001), and Eternal Frontier (2002). A smaller but higher-quality sampling can be found in The Best of James H. Schmitz (1991). Among his more interesting stories are “Balanced Ecology,” in which an entire forest composes a single creature, and “The Machmen,” an unusual look at cyborgs. Schmitz was one of the most popular writers for Astounding Magazine (later Analog), and among the first science fiction writers to employ a competent female character as a series protagonist.

DON D’AMMASSA, Encyclopedia of Science Fiction, 2005

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Viagem à DUNA — Oficina de Ficção Científica (Divulgação)

Aviso a todos, que estão abertas as inscrições para a minha oficina Viagem à DUNA: o filme, o livro, os seriados, as maquetes, as cenas, os quadrinhos, os desenhos, as ilustrações, os livros para colorir, os games, os brinquedos, o marketing, a enciclopédia e o legado na mídia, estarão presentes e serão postos a debates.

Viagem à Duna acontecerá na próxima sexta feira, as 8 horas da manhã, na Vila Cemitério de Automóveis.

As oficinas tem vagas limitadas. As reservas se darão por ordem de inscrição. Pelo telefone 3351 4171 ou e-mail festivalliterariodelondrina@bol.com.br

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