quinta-feira, 27 de junho de 2013

Philip K. Dick — Você já mascou Can-D?


Philip K. Dick - trecho de Os Três Estigmas de Palmer Eldritch

— Obviamente, a solução é conhecê-la melhor — disse avidamente Leo. — Você já mascou Can-D? — perguntou com indiferença. — Pois devia. A despeito do fato de criar hábito. É uma verdadeira experiência. — Ele, claro, mantinha um suprimento da droga, gradação AA, em sua mansão-satélite.

Quando convidados se reuniam; a coisa era trazida para acrescentar cor ao que poderia se tornar uma ocasião monótona. — O motivo por que pergunto é que você parece o tipo de mulher dotada de imaginação ativa e a reação que a pessoa tem a Can-D depende, varia, com os poderes imaginativos do tipo criativo da pessoa.

— Eu gostaria de experimentar, algum dia — respondeu a senhorita Jurgens. Olhou em volta, baixou a voz e inclinou—se para ele. — Mas é ilegal.

— É...? — Ele a olhou fixamente.

— O senhor sabe que é. — A moça pareceu aborrecida.

— Escute aqui — disse Leo — , eu posso lhe arranjar um pouco. Claro, mascaria a erva com ela. Em comunhão, as mentes dos usuários fundiam-se, tornavam-se uma nova entidade — ou pelo menos tal era a experiência Algumas sessões de consumo de Can-D na intimidade, e saberia tudo o que houvesse para saber a respeito de Pia Jurgens. Havia nela alguma coisa — além das óbvias qualidades físicas, anatômicas — que o fascinava Ansiava por tornar-se mais íntimo dela.

— Nós não usaremos uma representação.

Por uma ironia da sorte, ele, o criador e fabricante do micro-mundo de Perky Pat preferia usar Can-D num vácuo. O que um terráqueo tinha a ganhar com um cenário, na medida em que era uma miniatura das condições que prevaleciam numa cidade típica da Terra? Para colonos numa lua uivante e varrida por tempestades, amontoados no fundo de um alojamento para se defenderem de cristais congelados de metano e de outras coisas, a situação era diferente. Perky Pat e seu cenário eram uma reentrada no mundo em que haviam nascido. Mas ele, Leo Bulero, estava muito cansado do mundo em que nascera e onde ainda vivia. E mesmo na mansão-satélite, com todas as suas esquisitas e não tão esquisitas diversões, não conseguia preencher o vazio. Contudo...

— Essa Can-D — disse a senhorita Jurgens — é uma grande coisa e não surpreende que tenha sido proibida. É como uma religião. A Can-D é a religião dos colonos. — Soltou uma risadinha. Um pedaço dela, mascado durante quinze minutos, e então... — fez um gesto amplo — desaparece o alojamento miserável. Desaparece o metano. A coisa fornece uma razão para se viver. Será que não vale o risco e a despesa?

Mas o que é que existe de igual valor para nós?, perguntou Leo a si mesmo e sentiu-se triste. Fabricando os cenários de Perky Pat e cultivando e distribuindo a base de líquen para o produto final acondicionado de Can-D tornara a vida suportável para mais de um milhão de expatriados involuntários da Terra. Mas que diabo conseguia ele em troca? Minha vida, pensou, é dedicada aos outros, estou começando a ficar inquieto, não é suficiente. Havia seu satélite, onde Scotty esperava, havia sempre os complexos detalhes de suas duas grandes operações comerciais, a legal e a outra que não era... Mas não haveria na vida mais do que isso?




Philip K. Dick - Os Três Estigmas de Palmer Eldritch, 1965

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Philip K. Dick - Os Três Estigmas de Palmer Eldritch (Capas)


Los tres estigmas de Palmer Eldritch (The Three Stigmata of Palmer Eldritch) es una novela de ciencia ficción publicada en 1965 por Philip K. Dick, y finalista de la edición de 1965 del Premio Nébula a la mejor novela. Al igual que otras novelas de Dick, Los tres estigmas de Palmer Eldritch construye una compleja estructura de capas de realidad e irrealidad. También es una de las primeras obras en que Dick explora temas religiosos.

Compare algumas de suas capas aqui: https://plus.google.com/photos/103998711237758699926/albums/5945430598179822929

Philip K. Dick - Os Três Estigmas de Palmer Eldritch (Epígrafe)



Quero dizer que, afinal de contas, todos reconhecemos que somos feitos apenas de pó. Sabe-se que não é lá grande coisa, mas não devemos esquecer esse fato. Ainda considerando-se que isto seja uma espécie de mau começo, não estamos indo tão mal assim. De modo que, pessoalmente, acredito que, mesmo nesta situação deprimente que ora enfrentamos, podemos ter sucesso. Entenderam bem o que eu disse?

— Extraído de um audiomemo que circulou entre os consultores da Perky Pat Layouts, Inc., num pré-lançamento, ditado por Leo Bulero imediatamente após sua volta de Marte.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Konstantin Tsiolkovsky em imagens - A Obra (37 fotos)




Konstantin Eduardovich Tsiolkovsky ou Konstanty Ciołkowski (em russo: Константин Эдуардович Циолковский; Izhevskoye, 5 de setembro de 1857 — Kaluga, 19 de setembro de 1935) foi um cientista russo pioneiro no estudo dos foguetes e da cosmonáutica. O alemão Hermann Oberth e o norte-americano Robert H. Goddard foram seus seguidores.


Foi um dos principais representantes do movimento filosófico russo conhecido como Cosmismo, surgido no início do século XX. Tsiolkovsky residiu numa cabana de troncos nos arredores da cidade russa de Kaluga durante grande parte da sua vida.

Abra a Galeria de fotos aqui: https://plus.google.com/photos/103998711237758699926/albums/5945434980830115825 


Konstantin Tsiolkovsky em imagens - A Pessoa (13 fotos)


Konstantin Tsiolkovsky nasceu numa família de classe média polaca em Izhevskoye (atual Distrito de Spassky, Óblast de Riazan) na Rússia. Durante a infância sofreu uma infecção de escarlatina que levou a uma diminuição das suas capacidades auditivas. Devido aos seus problemas de audição, não foi aceito pelas escolas primárias. Foi ensinado em casa até aos 16 anos.

Quase surdo trabalhou, como professor de matemática do ensino secundário, até à sua reforma em 1920. Tsiolkovsky estabeleceu as fundações teóricas para muitos aspectos da propulsão de foguetes e viagens espaciais. Ele é considerado o pai do vôo espacial humano e o primeiro homem a conceber o elevador espacial, inspirado pela recém construída Torre Eiffel após fazer uma visita a Paris em 1895.

Adepto do filósofo Nikolai Fyodorov, acreditava que a colonização do espaço iria levar à perfeição da raça humana, com uma existência despreocupada e imortal.

Tsiolkovsky morreu a 19 de setembro de 1935 em Kaluga na Rússia e recebeu honras de estado no seu funeral. Um museu de astronáutica em Kaluga bem como a cratera Tsiolkovskiy no lado escuro da Lua, têm o seu nome.

Além do mais, em 1895, escreveu o livro Sonhos de Terra e céu (Gryozy o zemle i nebe), e, em 1896, elaborou um artigo sobre comunicação com extraterrestres. Mais adiante, em 1920, lançou Além da Terra.


Algumas fotos de Konstantin Tsiolkovsky aqui: https://plus.google.com/photos/103998711237758699926/albums/5945437088239853265



quarta-feira, 12 de junho de 2013

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Isaac Asimov - A Nave das Sombras (Antologia de Contos)


A Nave das Sombras, coletânea de contos de Ficção Científica vencedoras do prêmio Hugo, o Oscar da FC, e comentadas por Issac Asimov.

Com histórias de Fritz Leiber, Theodore Sturgeon, Poul Anderson e Larry Niven — todos grandes nomes.

Scan da série argonauta 395, bem melhor de ler no computador que no livro em papel.

Leia agora no SlideShare A Nave das Sombras http://www.slideshare.net/hermanschmitz/a-navedassombras-the-hugo-winers-ed-issac-asimov




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sábado, 8 de junho de 2013

Gerson Lodi-Ribeiro - Ensaios de História Alternativa (PDF)


Na categoria ENSAIO, uma coleção de excelentes ensaios de Gerson Lodi-Ribeiro sobre os diversos tipos de histórias envolvendo MUNDOS ALTERNATIVOS. Desde a antiguidade até o esquecido Brasil. Literatura fundamental sobre o assunto. 


Baixem o PDF no 4Shared: Ensaios de História Alternativa

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sexta-feira, 7 de junho de 2013

André Carneiro - A Escuridão (Conto)

André Carneiro

Leia online o conto "A Escuridão" desse autor brasileiro de ficção científica.

HISTÓRIA DAS TREVAS - O conto se passa em local e tempo indeterminado, quando a humanidade está às vésperas de viver fenômeno semelhante a um eclipse, porém muito mais poderoso e catastrófico: não é apenas a luz solar que está prestes a desaparecer, mas toda e qualquer forma de luz, da emitida pelo fogo à da lâmpada elétrica. Fósforos ou lanternas são inúteis. O planeta mergulha numa escuridão absoluta e a civilização entra em colapso. Saques, violência, fome e doença. Wladas, o solitário narrador-personagem, enfrenta sucessivas provações e, ao assumir a responsabilidade por uma frágil família vizinha, acaba sendo ajudado por cegos de nascença, os mais aptos a lidar com as trevas absolutas. Semanas depois, a luz retorna gradativamente, as sociedades se reorganizam, mas nessa trajetória a humanidade nunca mais seria a mesma.



A Escuridão http://www.slideshare.net/slideshow/embed_code/28199686